Avances de Investigación, 2020, Ene./Jul. 7 (7)
THE SCHOOL REALITY AND THE CONTINUING EDUCATION AS FUNDAMENTAL FACTOR IN THE CONFRONTATION TO THE CHALLENGES OF TEACHING ACTIVITIES
RESUMO
O presente artigo discute a questão da realidade vivenciada pelos docentes na atualidade, bem como a
66 | formação continuada e sua importância na vida profissional docente. Parte-se da ideia de que o trabalho do professor tem sido um desafio, frente à realidade escolar que se tem vivenciado, e assim, é pontuado que determinadas condições do trabalho docente tem afetado negativamente o desenvolvimento dos processos de ensinos e de aprendizagens, assim como a formação contínua é imprescindível para que os professores obtenham êxito em seus afazeres diante de tal situação. Este estudo embasou-se teoricamente nos estudos de autores como Saviani (2011), Libâneo (2002), entre outros, que apontam aspectos importantes relacionados a esta temática. Observou-se que na realidade escolar atual há muitas dificuldades a serem superadas, e a formação continuada efetiva pode contribuir para que professores possam desenvolver um trabalho concreto e significativo.
Palavras chave: formação continuada, trabalho docente, realidade escolar.
This article discusses the issue of the reality experienced by the teachers nowadays, as well, the continuing education and its importance in the teachers’ professional life. It starts from the idea that the teacher’s job has being a challenge face of the school reality that we have been experimenting, so, it shows that certain teachers’ jobs condition contributes in a negative way the develop of the learning and knowledge, as well as the continuing education is essential to us all succeeded in light of this situation. This study has theoretical foundation in the study of authors like Saviani (2011), Libâneo (2002), between others authors that have important points related to this topic. It observes that nowadays in the school reality there are many difficulties to be overcome, and the effective continuing education can contribute teachers to develop a concrete and significant work.
Mestrando em Educação pela UDE, licenciado em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco (UCB) e História pela Uni
versidade Norte do Paraná (UNOPAR). Especialista em Coordenação Pedagógica (UFPR), Metodologia do Ensino de História
(FSL) e Educação do Campo (FESDB). Professor na Rede Estadual e Municipal de Ventania, Estado do Paraná, Brasil. E-mail:
Avances de Investigación, 2020, Ene./Jul. 7 (7): 66-71
A realidade escolar e a formação continuada como fator fundamental no enfrentamentoAos desafios do trabalho docente na atualidade
Keywords: continued education, teaching work, school reality.
O ponto de partida deste artigo surgiu de reflexão sobre a realidade escolar vivenciada pelos professores na atualidade e a importância da formação continuada na carreira docente. No mesmo, destacou-se a importância de a prática dos professores estar atrelada a boas condições de trabalho e formação contínua, visando resultados positivos nos processos de ensinos e de aprendizagens.
Diante disso, este estudo tem como objetivo trazer algumas reflexões acerca das condições de trabalhos dos professores atuais, destacando a importância de estarem em constante aperfeiçoamento para enfrentar as possíveis dificuldades encontradas no cotidiano da sala de aula.
Sabe-se que ser professor vem sendo um desafio, pois as condições de trabalho têm dificultado a execução dos afazeres cotidianos dos profissionais docentes. Assim, no dia a dia do trabalho escolar é comum nos deparamos com docentes desmotivados, devido à realidade do trabalho encontrado em determinadas instituições de ensino.
Sem dúvida, ao escolher a carreira docente, deve-se estar ciente da grande responsabilidade desta profissão, pois o trabalho professor, não está ligado somente a técnicas prontas, portanto, o docente deve passar por constantes transformações ao longo da vida profissional para estar preparado e desenvolver um trabalho de qualidade. É partindo deste pressuposto que se aborda a formação continuada como fator fundamental para a carreira docente, deixando claro que a responsabilidade por esta formação não recai somente sobre o professor, mas também dos órgãos gestores educacionais.
O artigo foi embasado em pesquisas de autores reconhecidos como Saviani (2011), Libâneo (2002), entre outros, que apontam aspectos importantes sobre a realidade escolar e a formação continuada na carreira docente. Assim sendo, a relevância deste estudo pode ser notada na medida em que traz reflexões importante sobre o trabalho docente e a realidade escolar atual.
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Tem sido comum ouvirmos que ser professor na atualidade é mais difícil do que alguns anos atrás, período em que o docente era “respeitado por alunos, pais e sociedade em geral”. Hoje, com a globalização, o mundo digital, a “pouca importância dada à educação e ao professor”, as más condições de trabalho e desvalorização salarial, tem dificultado o trabalho docente. Isso pode ser evidenciado no que diz Nóvoa (2001), Alarção (2003), Libâneo (1998) e Freire (1996), onde ambos concordam que “é mais difícil ser professor hoje do que há 50, 60 ou 70 anos” (Apud MAIA; SHEIBEL, 2009, p. 21).
Assim, sabe-se que atualmente as circunstâncias e a realidade do trabalho do professor têm feito com que muitos docentes se desmotivem com a profissão, visto que, quando se está na formação inicial é normal que se crie expectativas positivas em relação ao trabalho docente e quando se chega à sala de aula a realidade é outra. Pois, os afazeres dos professores nem sempre acontecem na prática como descrito em determinadas teorias educacionais, haja visto, que, quando se trabalha com pessoas nem tudo é previsível.
Rossi e Hunger (2013) ressaltam que, ao mesmo tempo em que os discursos destacam a evolução da profissionalização no ensino é verificado um processo de desprofissionalização, por meio da precarização do trabalho do professor. Portanto, há que entendermos que a realidade escolar afeta diretamente o trabalho docente.
Assim sendo, tem se tornado normal que professores demonstrem insatisfação com a função docente, pois no dia a dia do trabalho escolar, nem sempre é possível alcançar os objetivos estabelecidos devido à multiplicidade de fatores que envolvem o processo de ensino aprendizagem. Deste modo, é comum no ambiente escolar, docentes se queixando da falta de interesse dos educandos, da indisciplina, da não participação da família, do grande número de alunos por sala, da falta de recurso tecnológicos e pedagógicos, da não valorização docente entre outros.
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José Carlos Costa dos Santos
Diante do exposto, é evidente que o bom desempenho da prática docente não está relacionado somente ao fazer do professor e sim a diversos fatores que envolvem a prática escolar. De acordo com Libâneo (2002):
A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram a realização do trabalho docente. Tais condições não se reduzem ao estritamente “pedagógico”, já que a escola cumpre funções que lhe são dadas pela sociedade concreta que, por sua vez, apresenta-se como constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática escolar, assim, tem atrás de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor/aluno, técnicas pedagógicas etc. (p.19).
Portanto, o exercício da função docente depende de diversos fatores que podem influenciar de forma positiva e negativa o desenvolver de seus afazeres. Assim, ao falarmos do trabalho docente tem que se levar em consideração a realidade escolar vivenciada pelos mesmos.
Dentro deste contexto, é válido ressaltar que atualmente os docentes tem se deparado com um alunado que advém da era tecnológica, que tem acesso a inúmeros recursos que possibilitam aos mesmos diversas informações, o tempo todo. No entanto, quando estes chegam a determinadas escolas se deparam com uma realidade muito diferente da qual estão acostumados. Pois, muitas instituições de ensino não dispõem de recursos tecnológicos e com isso acaba-se por limitar as possibilidades do trabalho de professores, que muitas vezes acabam restringindo suas aulas ao uso do quadro, giz e livro didático, o que pode tornar aulas desinteressantes para os alunos.
Assim, se faz necessário investir na formação dos professores para que possam enfrentar a realidade, mas também é imprescindível garantir boas condições para o desenvolvimento do trabalho docente, para que assim possam obter o êxito esperado. De acordo com Saviani (2011):
É preciso, pois, ficar claro que não é possível equacionar devidamente o problema da formação dos professores sem enfrentar simultaneamente a questão das condições de exercício do trabalho docente. Isso porque, de fato, esses dois aspectos se articulam e se relacionam na forma de ação recíproca (p.16).
68 | Fica clara, portanto, a importância da formação contínua e adequada a realidade escolar, assim como a garantia de boas condições de trabalho aos professores. Deste modo, pode-se dizer que o trabalho do profes-sor é um desafio, pois na prática cotidiana nem sempre hás às condições mínimas necessárias ao trabalho docente e muito menos formação continuada voltada à realidade escolar. Com isso, nem sempre é possível que os profissionais da educação encontrem caminhos para vencer as dificuldades do cotidiano da sala de aula. Tal situação pode desmotivar e levar docentes apenas a realizar seus afazeres de forma repetitiva, sem buscar inovações nas suas práticas pedagógicas.
Assim, acredita-se que para que os professores não se desmotivem é de grande valia que os mesmos estejam preparados para enfrentar as adversidades que surgem na sala de aula, e de acordo com Rossi e Hunger (2013):
E no âmago desse debate sobre a condição docente, ganha ênfase a formação continuada dos professores, sendo concebida como um dos principais elementos da profissão (se não o mais importante), pois além de formar os profissionais de ensino, produz a profissão e a profissionalidade docente (p.11).
Portanto, neste cenário a formação continuada é fundamental, pois através da mesma os docentes se atualizam, podem inovar suas práticas pedagógicas, se tornam melhor preparados para sanar possíveis dificuldades que surgem no dia a dia e assim obter bons resultados no processo de ensino de seus educandos. Ainda conforme Rossi e Hunger (2013, p.12) “a formação continuada contribui para a modificação da profissionalização do professor e desenvolve domínios necessários à sua qualificação, como também atua no exame de possíveis soluções para os problemas reais do ensino”.
Neste cenário, fica evidente que a formação contínua do professor é essencial para que o mesmo possa vencer determinados desafios, buscando novas metodologias e ferramentas para tornar suas aulas produtivas e despertar nos alunos o interesse pelo estudo, tarefa muito difícil nos dias atuais. Imbernón (2011, p. 47) discorre sobre a temática em questão:
O professor precisa de novos sistemas de trabalho e de novas aprendizagens para exercer sua profissão, e concretamente daqueles aspectos profissionais e de aprendizagem associados às instituições educativas como núcleos em que trabalha um conjunto de pessoas. A formação será legítima então quando contribuir para o desenvolvimento profissional do professor no âmbito de trabalho e de melhoria das aprendizagens profissionais.
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A realidade escolar e a formação continuada como fator fundamental no enfrentamentoAos desafios do trabalho docente na atualidade
Percebe-se então que a formação se torna significativa na medida em que realmente propicia o desenvolvimento profissional agregando inovações nas aprendizagens do professor e por consequência levando o mesmo a aprimorar suas práticas.
Ao falar de formação contínua, há que se pensar que a mesma se trata de um processo amplo de aperfeiçoamento do docente que se inicia desde o momento em que ingressa na carreira acadêmica escolar, passando pela formação inicial e deve se prolongar ao longo de toda sua vida profissional. Tal proposição fica evidente no que diz Ferreira (2006):
A formação docente abrange um processo sem fronteiras bem delimitadas na medida em que envolve as influências familiares, os vários anos nos bancos escolares, o curso de graduação, a atuação profissional enquanto professor, dentre tantas outras. Todos esses momentos contribuem para a construção de imagens, crenças, ideias, conhecimentos e saberes sobre o ensinar e o que é ser professor e que constituem (e vão continuar constituindo) o docente, nos dando a ideia de um processo contínuo e permanente (p.48).
Deste modo, o aperfeiçoamento profissional docente é um processo amplo e fundamental na construção dos saberes necessários no exercício do magistério, pois a formação influencia diretamente nas práticas cotidianas dos professores. Assim, a busca constante por formação não deve ser opcional àqueles que escolheram a carreira docente, pois para Rossi e Hunger (2013, p.10) o professor “além de ter passado por uma boa formação inicial, deve alimentar de modo contínuo a sua formação”.
É válido destacar que na atualidade os docentes não devem ser apenas repetidores de conteúdo, para tanto, os mesmos precisam ir além dos muros da formação inicial, visto que, vivemos na era em que tudo acontece muito rápido, as mudanças são constantes e com isso nem sempre os objetivos dos alunos se enquadram no perfil de determinadas escolas atuais que não se desvincularam de práticas tradicionais. Deste modo, o docente da atualidade tem que estar ciente que deve estar preparado para enfrentar os desafios cotidianos e garantir um ensino de qualidade aos educandos.
Neste sentido, o professor que tem interesse em realizar sua função com qualidade, e fazer o seu melhor, tende a buscar se aperfeiçoar. Para este perfil de profissional não é empecilho estudar, planejar, participar de seminários, cursos, palestras e buscar inovações para que seu trabalho seja produtivo. Este perfil de | 69 profissional entende que para obter sucesso no processo de ensinar, deve vencer os limites da formação básica inicial e estar sempre buscando aperfeiçoamento para assim aprimorar suas práticas pedagógicas. Para Ferreira (2006):
A formação inicial relaciona-se mais diretamente ao processo sistematizado que se efetiva nos cursos normais (antigo magistério – nível secundário) ou nas graduações para formação de professores - as licenciaturas - e supõe a certificação docente, baseada no domínio dos conhecimentos profissionais básicos. Já a formação continuada, [...] é destinada, habitualmente, ao professor que já tenha passado pela formação inicial, com o objetivo de contribuir, de alguma forma, com a melhoria de suas práticas docentes. Pode abranger uma série de atividades como: congressos, seminários, simpósios, palestras, workshops, cursos de curta/média/longa duração (p.48).
Assim sendo, fica claro que todo docente que entra na profissão e objetiva obter constante melhoria nas suas práticas cotidianas deve ir além da formação que recebeu inicialmente e estar continuadamente se aperfeiçoando. Em outras palavras, o professor precisa ter vocação e estar disposto a oferecer o seu melhor no desenvolvimento do seu trabalho. Para tanto, estes precisam ser conhecedores dos conteúdos e de ferramentas metodológicas eficazes e estar sempre buscando se aperfeiçoar, pois o uso de metodologias que não despertem o interesse dos educandos pode levar ao fracasso no processo de ensino e aprendizagem. Para Isabel Alarcão (2003, Apud MAIA; SHEIBEL, 2009, p.20), “o professor deve se envolver num constante processo de autoformação e identificação profissional (o que caracteriza a formação continuada)”.
No entanto, nem todos os profissionais docentes possuem este perfil e a responsabilidade pela formação contínua não pode ser atribuída somente ao professor, pois para que o mesmo possa buscar aprimorar seus conhecimentos e práticas é necessário que o espaço escolar também seja um espaço de formação. No entanto, somos cientes que nem sempre são oferecidas formação contínua ou condições para que os professores possam se aperfeiçoar, mesmo que todos saibamos da importância da formação contínua dos profissionais da educação.
De acordo com Imbernón (2010, p. 54):
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Na atualidade, temos certeza de que a educação só mudará se os professores mudarem, mas os contextos em que esses interagem também deverão fazê-lo. Se o contexto não muda, podemos ter professores mais cultos e com mais conhecimento pedagógico, mas não necessariamente mais inovadores, já que o contexto pode impossibilitar-lhe o desenvolvimento da inovação ou pode leva-los a se recolherem em seus microcontextos, sem repercutirem com sua prática uma inovação mais institucional.
Evidencia-se então que a responsabilidade do aperfeiçoamento profissional dos professores não pode recair somente sobre os mesmos, uma vez que conforme afirmado pelo autor se faz necessário que os espaços onde os mesmos estão inseridos propiciem a inovação e condições para que os docentes desenvolvam suas habilidades e práticas de trabalho em sala de aula.
Paulo Freire (1991, p. 80) destaca que em seu trabalho como Secretário de Educação de São Paulo (Brasil deu prioridade para programas de formação permanente para educadores, por entender que os mesmos precisam de uma prática político-pedagógica séria que responda aos anseios da escola que se quer construir. No entanto, sabe-se que nem sempre os gestores educacionais investem em formação continuada.
É comum ouvirmos falar da importância de se investir em educação, principalmente em campanhas políticas, porém na prática a realidade tem sido outra. Assim, a realidade do trabalho docente, em determinadas escolas, não tem permitido a efetivação de um trabalho de qualidade, assim como não se tem oferecido uma formação contínua adequada às necessidades da prática escolar.
De acordo com Saviani (2011):
Ora, tanto para se garantir uma formação consistente como para se assegurar condições adequadas de trabalho é necessária a provisão dos recursos financeiros correspondentes. Aí está, portanto, o grande desafio a ser enfrentado. É preciso acabar com a duplicidade pela qual, ao mesmo tempo em que se proclamam aos quatro ventos as virtudes da educação, exaltando sua importância decisiva num tipo de sociedade como esta em que vivemos, classificada como “sociedade do conhecimento”, as políticas predominantes se pautam sempre pela busca da redução de custos, cortando investimentos. Faz-se necessário ajustar as decisões políticas ao discurso imperante (p. 16).
70 | Como discorre o autor, há que se ofertar uma formação continuada de qualidade, mas a formação por si só não resolve todos os problemas cotidianos, assim, se faz necessário garantir boas condições de trabalho para os profissionais da educação, para que assim realmente exista a possibilidade de se efetivar a educação com qualidade, a qual tanto se fala.
De acordo com Caldeira (2001, p. 89) “por mais completa que seja a formação inicial, é por meio da prática docente reflexiva que o professor continua seu processo de formação na escola”. Portanto, é necessário que os órgãos gestores propiciem oportunidades de formação de professores, estimulando a busca de conhecimento e valorizando o aperfeiçoamento do desenvolvimento do trabalho escolar.
Acredita-se que a formação continuada do professor é aspecto determinante na garantia de bons resultados no processo de ensino. Pois tendo uma sólida formação, o profissional de ensino poderá analisar suas práticas e assim aprimora-las sempre que necessário. Para Maia e Scheibel (2009, p. 21), “é necessário que a formação do professor seja continuada começando nas instituições de formação inicial e se estendendo ao longo da vida profissional com práticas de atualização constante”.
Acredita-se que um profissional que esteja em constante formação naturalmente estará melhor preparado para intervir diante das possíveis dificuldades que surjam no cotidiano dos seus afazeres docentes.
Assim sendo, Ferreira (2006) destaca que:
[...] é no momento em que o professor passa a olhar para a sua prática de maneira cuidadosa e analítica que consegue visualizar os problemas, analisá-los, tentar propor soluções para resolvê-los e reavaliá-los. Há, por-tanto, uma construção profissional diária que se relaciona diretamente com o desenvolvimento profissional docente (p. 50).
Partindo deste pressuposto, entende-se que o desenvolvimento profissional dos professores acontece no seu cotidiano de trabalho. Assim, a formação continuada deve ser a “matéria prima” dos afazeres docentes, assim como as condições de trabalho devem ser adequadas para que os mesmos exerçam sua função de forma crítica, produtiva e transformadora.
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A realidade escolar e a formação continuada como fator fundamental no enfrentamentoAos desafios do trabalho docente na atualidade
O enfoque deste estudo foi pesquisar e buscar uma base teórica referente à realidade do trabalho docente nos dias atuais e a importância da formação contínua na carreira docente. Assim, pode-se concluir que o mesmo é de grande relevância para se entender melhor a temática em questão.
Ao longo da elaboração deste artigo foi possível entender que a realidade do trabalho docente não tem sido nada fácil, pois, no cenário atual muitos professores têm se deparado com grande número de alunos por sala, falta de ferramentas tecnológicas nas escolas em plena “era digital”, desvalorização salarial, entre outros fatores que tem levado a diversos docentes se desmotivarem com a profissão.
Por outro lado, abordou-se a importância de termos em sala de aula professores preparados para enfrentar os mais diversos desafios do trabalho docente. Neste sentido, destacou-se que esta preparação se adquire através de um processo de formação contínua, que esteja de acordo com os anseios da função docente.
Por fim, é evidenciado que àqueles que escolherem a profissão docente, por melhor que seja a formação inicial, devem se aperfeiçoar continuadamente ao longo da carreira, caso contrário, poderão estar fadados ao fracasso no desempenho de suas práticas pedagógicas. No entanto, a garantia do sucesso no processo de ensinar não está ligada somente ao professor, mas sim em diversos fatores que influenciam o trabalho docente no cotidiano escolar.
Fica claro também que cabe aos gestores educacionais e políticos propiciarem melhores condições de trabalho e espaços de formação continuada aos profissionais da educação, garantido o aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas e a efetivação de um trabalho de qualidade. Para tanto, se faz necessário que os investimentos em educação, que tanto se fala não se restrinjam apenas a propagandas políticas, ou discursos teóricos, mas sim, se efetivem na prática.
Portanto, a importância deste artigo se evidencia na medida em que acrescenta reflexões e conhecimento sobre a realidade escolar nos dias atuais, bem como a importância da formação continuada na vida profissional docente.
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