Considerações sobre a crise do sentido das universidades sob a gestão neoliberal
DOI:
https://doi.org/10.48163/rseus.2023.111100-113Palavras-chave:
Universidade, Crise institucional, Gestão NeoliberalResumo
Este artigo apresenta considerações críticas sobre a assunção de formas de gestão universitária alinhadas às premissas neoliberais, no contexto das Universidades federais brasileiras. Os processos de implantação (no período colonial), expansão (nos anos 1920 enquanto faculdades e depois Universidades nos anos 1930) e recuperação universitária (nos anos 2000) têm sido impactados pelo desenvolvimento político, social e econômico do País, marcando profundamente os sentidos e propósitos do Ensino Superior. Amparados na concepção de que o contexto universitário brasileiro tem sofrido o impacto do modelo de desenvolvimento nacional a partir do capitalismo dependente, consideramos também a base de constituição de classes sociais no Brasil e abordamos de que forma o acesso à Universidade influencia a conformação social nestes termos. Desta forma, apresentamos considerações a respeito da transformação do sentido de existências das Universidades - de social a tecnocrático -, refletindo sobre o impacto da absorção, pelas gestões universitárias, das prerrogativas de gestão neoliberal, a partir da apresentação de exemplos sobre essa questão em relação a políticas relacionadas ao cotidiano das Universidades, buscando contemplar políticas de planejamento e execução de nível tanto nacional como local. Para essa nossa análise foi utilizado o método de Revisão Narrativa. Concluímos criticamente, nesse sentido, sobre como a gestão universitária, através da assunção de prerrogativas neoliberais, tem sido palco de avanços do seu controle hegemônico pelos setores dominantes da elite brasileira, fenômeno que insta para a urgência da ampliação e aprofundamento de estudos e debates sobre o tema.
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